"As viagens, os viajantes - tantas espécies deles!
Tanta nacionalidade sobre o mundo! tanta
profissão! tanta gente!
Tanto destino diverso que se pode dar à vida,
à vida, afinal, no fundo sempre, sempre a mesma!
Tantas caras curiosas! Todas as caras são curiosas
E nada traz tanta religiosidade como olhar
muito para gente.
A fraternidade afinal não é uma idéia
revolucionária.
É uma coisa que a gente aprende pela vida afora,
onde tem que tolerar tudo,
E passa a achar graça ao que tem que tolerar,
E acaba quase a chorar de ternura sobre o que
tolerou!"
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) Ode Marítima, P. 67