O frio que se tem feito sentir nas últimas semanas, levam-nos a acender a lareira quase diariamente. Nunca tinha dado tanto vazão à lenha como neste Inverno. De tal forma que toros grandes de cipreste já com 2 anos na pilha, estão finalmente a ser utilizados. Quando a brasa está forte, com cores entre o laranja incandescente e o rosa alaranjado, amanho o lume de forma a inserir o toro de cipreste, já meio apodrecido por dentro, decido às intempéries e insectos decompositores, por cima das brasas e...
...é vê-lo primeiro a fumegar como uma autêntica chaminé com fumos esbranquiçados (vapor de água) e outros mais acinzentados (já a celulose e outros compostos da madeira a entrarem em combustão) e por fim, lá vem a chama, como que comendo aquele toro com mais de 30 cms de diâmetro de dentro para fora.
É fabuloso olhar para as chamas ora abraçando, ora afastando-se, ora afagando o mesmo pedaço de madeira como se fosse uma dança sensual, ritmada e enérgica. Faz-me lembrar o tango argentino.