Vinde à terra do vinho, deuses novos!
Vinde, porque é de mosto
O sorriso dos deuses e dos povos
Quando a verdade lhes deslumbra o rosto.
Houve Olimpos onde houve mar e montes.
Onde a flor da amargura deu perfume.
Onde a concha da mão tirou das fontes
Uma frescura que sabia a lume.
Vinde, amados senhores da juventude!
Tendes aqui o louro da virtude,
A oliveira da paz e o lírio agreste...
E carvalhos, e velhos castanheiros,
A cuja sombra um dormitar celeste
Pode tornar os sonhos verdadeiros.
Miguel Torga, Libertação, 1944
(Brindemos com um cálice de vinho do Porto, seja ele de que marca for, desde que seja bom:
à nossa!)
à nossa!)
4 comentários:
Mas o que são estes convites báquicos às 11 da noite? Não habia nexessidade... Ide mas é fazer óó, ide, ide...
Xim xenhor profexor...
a caminho de fazer ó ó... :-)
"Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver. "
Sophia de Mello Breyner Andresen
Bela foto a do Sandeman:)
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