quarta-feira, 17 de junho de 2009

O caminhar dos desertos

Zona com solos decrépitos no Maio (CV)














Hoje assinala-se o dia mundial de combate à desertificação.
Esta questão para mim não estava muito presente até ir trabalhar para Cabo Verde. Aí apercebi-me e aprendi como este fenómeno é uma ameaça ao mundo natural como o conhecemos bem como para o bem estar humano.
Desertificação, é um fenómeno que acontece nas zonas áridas e semi-áridas em que o solo se degrada devido à erosão, secas prolongadas e pelas actividades humanas. Assim, não é propriamente um deserto de areia, mas sim um terreno que não é fértil, com pouco solo propriamente dito e que tem muita mas mesmo muita dificuldade de suportar vegetação.
Se pensarmos que o solo é a base de toda a vida vegetal na Terra e que todos estamos interligados ecologicamente, apercebemo-nos do perigo deste problema ambiental.

Podíamos pensar que isto só acontece em Países Africanos, mas a verdade é que existe em todo o mundo este fenómeno e Portugal não é excepção. O nosso sudeste (zona do Guadiana e arredores) tem graves problemas de desertificação. O seu combate é difícil. Pode ser por medidas técnicas com plantações, incorporação de matéria organica no solo, técnicas agrícolas de mobilização mínima do solo, porém, o ser humano tem um grande papel neste combate, e tem ao longo de aproximadamente 30 anos de acções, sido negligenciado a parte da educação e da sensibilização.... Utilizações do solo incorrectas, têm promovido a sua degradação cada vez mais rápida.
É urgente inverter esta situação. A formação de um solo desde o seu estado de rocha até um composto fértil com matéria organica e minerais pode demorar várias centenas ou mesmo milhares de anos. Calcula-se que cada centímetro de solo demore perto de 100 a 400 anos a formar-se. Os solos férteis utilizados pela agricultura demoraram entre 3.000 a 12.000 anos para se tornarem produtivos.

Será que a humanidade ainda andará pela Terra quando estes solos que se têm perdido voltarem a ser formados?

Combate à erosão através de diques - Santo Antão (CV)

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