"Quando penso no mar, o mar regressa A linha do horizonte é um fio de asas E o corpo das águas é luar; De puro esforço, as velas são memória E o porto e as casas Uma ruga de areia transitória."
Vitorino Nemésio (O Bicho Harmonioso)
1 comentário:
Anónimo
disse...
Carta ao Mar
Deixa escrever-te, verde mar antigo, Largo Oceano, velho deus limoso, Coração sempre lyrico, choroso, E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso Quando o vermelho sol vae ter comtigo, - Nada é mais grande, nobre e doloroso, Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo! Ninguem te vence ou te venceu no mundo!... Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! - E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia; - A Musica é mais triste inda que o Mar!
1 comentário:
Carta ao Mar
Deixa escrever-te, verde mar antigo,
Largo Oceano, velho deus limoso,
Coração sempre lyrico, choroso,
E terno visionario, meu amigo!
Das bandas do poente lamentoso
Quando o vermelho sol vae ter comtigo,
- Nada é mais grande, nobre e doloroso,
Do que tu, - vasto e humido jazigo!
Nada é mais triste, tragico e profundo!
Ninguem te vence ou te venceu no mundo!...
Mas tambem, quem te poude consollar?!
Tu és Força, Arte, Amor, por excellencia! -
E, comtudo, ouve-o aqui, em confidencia;
- A Musica é mais triste inda que o Mar!
António Gomes Leal, in 'Claridades do Sul'
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